Eu esperava demais por esse momento! Ana Couto no RD Summit!
Uma das mais destacadas palestras do dia 3, Ana Couto, uma das principais especialistas em branding no Brasil, compartilhou no RD Summit uma visão interessante sobre a importância de ter um propósito ao criar marcas fortes.
Unindo sua experiência internacional com um conhecimento aprofundado do contexto brasileiro, Ana ressaltou questões importantes como a crise climática, a polarização e a desigualdade. Ela sugeriu que o branding pode ser uma estratégia essencial para transformar negócios em agentes de impacto positivo.
O Poder do Brasil
Iniciando sua apresentação, Ana ofereceu uma perspectiva crítica sobre o Brasil, comparando-o a uma “criança prodígio que nunca amadurece”. Apesar de ser a 9ª maior economia mundial, o país não figura com empresas que estão entre as 100 marcas mais valiosas do mundo.
Números apresentados evidenciaram desafios sociais e econômicos significativos: A polarização é uma realidade percebida por 78% dos brasileiros, que consideram o país altamente dividido. Em termos de desigualdade social, o 1% mais rico do Brasil tem uma renda média mensal de R$ 20.664, enquanto os 40% mais pobres vivem com apenas R$ 527 por mês. Além disso, a crise climática é um grande desafio, com 93% dos municípios brasileiros tendo enfrentado desastres climáticos na última década, o que gerou perdas superiores a R$ 26 bilhões.
Esses pontos destacam o potencial não realizado pelas empresas brasileiras. Ela questionou: “Se somos a 9ª maior economia do mundo, por que não temos nenhuma marca entre as 100 mais valiosas?”
Estratégia corporativa com o branding
Ana enfatizou a necessidade de juntar a estratégia corporativa com o branding nas empresas, nas pessoas. Isso é fundamento para acelerar objetivos e elevar o valor das marcas, fidelizando clientes e conectando passado, presente e futuro. “O branding é o DNA de uma empresa”, estabelecendo suas atividades, mas também sua identidade e todo impacto que ela pode gerar.
para ela , é o diferencial no branding. Num mercado saturado, a verdadeira diferenciação está na fidelidade aos próprios valores. Ela destacou a importância da cultura empresarial, citando exemplos como a Coca-Cola, que regionaliza suas ações, e a Granado, incorporando a cultura brasileira em sua essência para estreitar laços com seus consumidores.
ESG e Responsabilidade Social
Ana ressaltou a importância do ESG (Environmental, Social, and Governance) no contexto de branding, especialmente em um ano repleto de desastres climáticos. A responsabilidade corporativa em relação ao meio ambiente e à sociedade é imperativa. O branding, segundo Ana, pode ser um catalisador de mudança, promovendo práticas que gerem impacto positivo e sustentem o futuro.
Inteligência Artificial
Couto abordou os temores de perda de humanidade. Ela argumentou que o verdadeiro risco não é a substituição pela tecnologia, mas a perda do toque humano, daquilo que só o ser humano consegue sentir. E que quando utilizada com sabedoria humana e todos os seus diferenciais, a IA pode fortalecer no apoio a criação de marcas originais, autênticas e alinhadas com seus todos os seus propósitos. É uma ferramenta potente no auxílio, mas que ainda precede do comportamento humano e daquela pitada diferencial que só nós sabemos dar!
Branding como agente de transformação no Brasil
O encerramento da palestra foi um chamado! Para ela, o branding é o fio condutor que pode elevar o Brasil no cenário global, principalmente promovendo marcas que tenha um propósito, comprometidas com a cultura e alinhadas aos valores sociais. Temos capacidade para desenvolver empresas capazes de resolver grandes desafios mundiais, cabe às marcas brasileiras enxergarem isso com criatividade e responsabilidade.